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terça-feira, 16 de agosto de 2011

PROFESSORES SEM AMOR PRÓPRIO

É uma atitude muito covarde a do governador Anastasia em se aproveitar da falta de amor-próprio que se instalou no seio da classe dos trabalhadores em educação de Minas Gerais para enfraquecer uma luta justa. Anastasia e seus algozes de plantão aproveitam da certeza que têm de que muitos dos nossos professores já chegaram a uma situação de pobreza de espírito tal que já não mais se preocupam com sua auto-estima; que já se sentem indignos de direitos; que já se acostumaram a ser tachados de coitadinhos; que já, resignadamente, reconhece que seu trabalho realmente vale muito pouco; que qualquer merreca dá para pagar o que ele faz nas escolas e que qualquer outro trabalho vale mais que o seu. É uma pena que alguns de meus colegas pensam e agem assim, porque, na realidade o trabalho deles, assim como o meu, vale muito, vale muito mais do que que Anastasia e seus carrascos acham que merece.
Quando eu digo carrasco, eu me refiro também a alguns diretores e diretoras, que exercem cargo de confiança do governador, mas se esquecem que antes de serem da confiança do governador, tiveram que passar primeiro pelo crivo da confiança dos seus colegas e, em momentos como esse que estamos vivendo, deveriam ficar na sua e não tentar desarticular uma luta que também é em seu favor e de sua família.
Uma outra parcela dos trabalhadores em educação do Estado de Minas Gerais se encontram em greve, uma longa e penosa greve. Eles reivindicam que se cumpra, neste Estado, a Lei 11.738 que regulamenta o piso nacional para os profissionais do magistério público de educação básica, lei que já vigora desde 1º de janeiro de 2008 a qual já deveria ter sido acatada por este governo o qual, juntamente com o Estado do Ceará paga o menor salário de educadores no Brasil.
Com um argumento hipócrita de que está preocupado com os alunos dos terceiros anos, pois, se de fato ele se preocupasse com alunos, simplesmente cumpriria a Lei e não deixava que nós educadores e a sociedade nos desgastássemos tanto numa greve tão longa.
Anastasia está arrebanhando mais uma legião de "miseráveis" para substituir os professores que estão resistindo heroicamente a greve. E um grande absurdo é que não passa nem um pouquinho pelas consciências dos tais substitutos que eles estão, na verdade, é sendo usados como instrumentos do mal para desarticular uma luta justa, que poderia, de certa forma, favorecer a esses próprios professores que já começam a sua árdua carreira traindo seus companheiros.
Existe uma máxima de John Locke, se ela realmente procede, é possível que esses "profissionais" jamais perceberão esses valores. Dizia o filósofo: "Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus pensamentos.

Texto de Minervino Moreira Silva

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